O caso se refere ao desaparecimento forçado, desde o dia 1 de abril de 1981, do dirigente político indígena maia Florencio Chitay Nech, e à falta da devida diligência na investigação dos fatos. A Corte IDH inseriu os mesmos no contexto do conflito armado interno ocorrido entre 1962 e 1996, época durante a qual o desaparecimento forçado de pessoas constituiu uma prática estatal sistemática, levada a cabo pelas forças de segurança guatemaltecas, com a finalidade de castigar não apenas as vítimas, mas também o coletivo político ou social ao qual as mesmas pertenciam.

A Corte IDH aplicou parâmetros sobre o desaparecimento forçado como uma violação múltipla de direitos humanos. Desenvolveu critérios sobre a obrigação de garantir aos membros das comunidades indígenas e étnicas um desfrute efetivo dos direitos políticos, e sobre os efeitos do desaparecimento forçado sobre a família da vítima, em um contexto de violência sistemática contra os grupos indígenas maias que afetou a sua identidade cultural.