O caso se refere à detenção ilegal de Renato Ticona Estrada por uma patrulha do Exército no dia 22 de julho de 1980, e sua posterior sujeição a tortura e desaparecimento forçado. Seu irmão, Hugo Ticona Estrada, quem o acompanhava, foi igualmente detido e torturado, tendo sido posteriormente colocado em liberdade.

A Corte IDH reconheceu uma vez mais as características e elementos particulares do delito de desaparecimento forçado de pessoas, e considerou que os mesmos habilitavam o tribunal a declarar violações à liberdade pessoal e à obrigação de não praticar, permitir ou tolerar o desaparecimento forçado de pessoas, tal como disposto na Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas.

A Corte IDH estabeleceu ainda parâmetros sobre o dever de devida diligência na investigação dos desaparecimentos forçados, e de tomar em consideração todas as ações necessárias para determinar o paradeiro da pessoa desaparecida. A Corte IDH considerou que os processos penais iniciados não foram eficazes nem respeitaram um prazo razoável, e determinou que a falta de investigação, punição e reparação por atos de tortura, resultava na responsabilidade internacional do Estado.