O caso se refere aos massacres ocorridos em junho de 1996, na comarca de La Granja, e em outubro de 1997, na comarca de El Aro, ambos situados no município de Ituango, departamento de Antioquia. O assassinato seletivo de 19 camponeses, entre eles 1 criança e 3 mulheres, foi motivado pela incursão paramilitar efetuada em ambas comarcas, com o apoio e a tolerância dos membros das forças militares. Muitas destas pessoas foram também torturadas e suas residências saqueadas, e uma grande parte do centro urbano foi destruido, obrigando ao deslocamento massivo de mais de 700 camponeses.

O caso ilustra as graves violações sofridas pela populaçao civil no âmbito do conflito armado colombiano, como consequência da atuação conjunta dos grupos paramilitares com as forças militares. A Corte IDH destacou os efeitos negativos sofridos pela população como consequência da destruição e queima das residências e o posterior deslocamento forçado massivo das vítimas, tendo estabelecido parâmetros jurisprudenciais sobre o direito à honra e à dignidade, e à proibição de escravatura ou servidão.

A Corte IDH determinou a responsabilidade do Estado colombiano por ter propiciado a criação dos grupos de autodefesa “paramilitares” e, com isso, ter criado uma situação de risco para os seus habitantes, sem adotar as medidas necessárias ou suficientes para evitar a ocorrência de massacres.